Trabalhar com o que ama: você realmente faz isso?
Trabalhar com o que ama é o conselho mais repetido quando o assunto é carreira e propósito. Mas será que isso funciona mesmo depois dos 35, quando as contas não esperam e a estabilidade parece mais importante que a realização?
Se você já se pegou duvidando se ama seu trabalho ou se só aprendeu a suportá-lo porque ele paga suas contas, esse texto é pra você. Não tem fórmula, só perguntas desconfortáveis e necessárias.
Quando o sonho vira rotina
A paixão profissional pode até existir, mas mesmo ela tem prazo de validade quando entra na rotina. Foi o que vivi no audiovisual. Eu amava editar, filmar, criar. Até que vieram os prazos apertados, a cobrança diária e o peso das segundas-feiras.
E aí surgiu o incômodo: será que ainda gosto do meu trabalho ou só gosto do que ele me proporciona?
Trabalhar com o que ama ou com o que dá resultado?
Essa é a pergunta. A vida adulta cobra boleto, não propósito. Eu demorei anos para conquistar uma certa estabilidade: carro, viagens, restaurante legal, casa confortável. E aí percebi — talvez o amor pelo trabalho fosse, na verdade, gratidão pelo conforto.
Você já se sentiu assim?
Se quiser entender mais sobre o impacto dessas escolhas, recomendo esse artigo do G1 sobre transição de carreira após os 40.
E se o medo de mudar for maior que a vontade de tentar?
Eu já considerei mudar completamente. Pensei em programar, trabalhar com tecnologia. Mas o tempo e o custo emocional para chegar ao mesmo nível financeiro me travaram. Talvez isso também tenha te travado.
Mas será que é covardia ou inteligência prática?
O trabalho ainda te move?
Talvez você ainda ame o que faz, só esteja cansado. Ou talvez você já não ame, mas tenha medo de largar. Eu ainda não sei a resposta. E tudo bem não saber.
Esse dilema é real para muita gente, e já falei mais sobre isso no vídeo do canal Rafanismos no YouTube. Vale assistir se você anda com essa pulga atrás da orelha também.